Quando quero contar sobre mim, são livros o que conto!

Carlos Lúcio Gontijo

“Saudável overdose de lembranças” é o título do livro que a professora, poetisa e escritora Regina Morelo lançará em Tocantins/MG, no dia 5 de outubro de 2013, às 19h30min, no Salão do Rildo. Sei bem do empenho da autora para trazer a lume os seus livros, nos quais ela deixa com beleza literária o seu quinhão em prol da construção de um ser humano melhor. Gostaria de poder estar ao lado de Regina Morelo, mas também estou envolvido com o lançamento de duas novas obras literárias em Santo Antônio do Monte.

Cada vez mais, creio que os que se dedicam ao exercício da arte da palavra escrita agem sob a proteção de luz divina acima da razão humana, pois só assim para não sucumbirem diante da indiferença e das dificuldades – verdadeiras pedras no caminho, como um dia nos preconizou o poeta Drummond.

Todavia, mesmo sabedor de todo o emaranhado de problemas, agendei espaço na Pizzaria Koisa Nossa, o grupo musical Los Hipertensos vai dar uma canja e eu lá estarei, às 19 horas, no dia 7 de outubro, em plena segunda-feira, para apresentar, aos leitores que me derem a honra de sua presença, os livros “Lelé, a formiga travessa” (infantil) e “Poesia de romance e outros versos”, que é prefaciado pela Regina Morelo, aquela intelectual de Tocantins, à qual conheci quando era editor de opinião do jornal “Diário da Tarde”. Regina me enviou comentário para ser publicado na coluna de cartas, mas estava tão bem escrito que resolvi lhe perguntar se ela não queria transformar a carta em crônica. Dessa forma, a página de opinião do Diário da Tarde ganhou uma cronista sensata, honesta, sensível e compromissada com os anseios da coletividade.

O mundo está repleto de gente grande e, ao mesmo tempo, envolta em gigantesca pequenez. Deparo-me frequentemente com esse tipo de pessoa, que passa a vida sendo o que não é, transformando a aparência e a encenação em rituais que, mesmo movediços, são os alicerces de sua realidade tão virtual quanto um “facebook” qualquer, na base do parece, mas não é.

Dia 20 de setembro, bateu à porta da Secretaria de Cultura de Santo Antônio do Monte um grupo de palhaços da Cia da Alegria, do Rio Grande do Sul. Era uma sexta-feira, estou próximo do ambiente cultural desde a pré-adolescência, quando escrevi os meus primeiros versos, depois vieram os livros (16 já), a labuta jornalística, a presidência da Associação Mineira de Imprensa (AMI), nos anos 2002/2005, onde existe um teatro, em plena Rua da Bahia, bem na área central de Belo Horizonte, não havia dentro de mim a menor possibilidade de lhes dizer não. Ou seja, cedi o espaço do Centro de Turismo e Cultura, para que os palhaços pudessem realizar o show circense.

Eles deram uma corrida às escolas e, no sábado, dia 21, venderam o seu peixe, recebendo como prêmio a presença de umas 180 crianças. Lição de artistas de verdade, aos quais basta a simples concessão de espaço apropriado, pois têm competência, dom e persistência para fazer a festa acontecer. Gente assim combina com o meu espírito de produção literária, pois nunca me coloquei na situação de ficar esperando as coisas caírem do céu. Sempre cuidei de fazer a minha parte, independentemente de ter ou não o apoio de algum patrocinador, seguindo a filosofia que grafei em verso do poema Núcleo: “Não cabe prece onde é preciso passo”.

Carlos Lúcio Gontijo

Poeta, escritor e jornalista

www.carlosluciogontijo.jor.br

24 de setembro de 2013