Quando quero contar sobre mim, são livros o que conto!

       Carlos Lúcio Gontijo
       Amanhã, dia 27 de abril, faço 67 anos grafados nas pedras, flores e livros pela vida afora, juntamente com minha esposa Nina, que abraçou esse meu vício de me entregar ao mundo das palavras, com as quais procuro injetar, ainda que minimamente, alguma dose de sensibilidade nas veias da alma humana cada vez mais petrificada pelo materialismo, pelo preconceito, pelo egoísmo e pela ausência da prática do amor ao próximo apregoado por Jesus Cristo.
       Das palavras eu sei o som, a leveza, o sabor e o peso de tanto subir e descer caixas de livros pelas escadas dos prédios em que morei, usando como suprimento, para suportar tamanho esforço, as mais elevadas porções de idealismo, que sempre me deram asas para voar.
       Ao longo de minha trajetória foram muitos os autores que me doaram ensinamentos e apoio, tais como Bueno de Rivera, o professor Aluísio Pimenta, Celso Brant, Terezinha Casasanta, chegando a me premiarem com a gentileza de abrir alguns de meus livros com prefácios banhados em aposta e estímulo à minha labuta poética e literária.
       Aliado ao âmbito das letras, o jornalismo me trouxe o prazer de me presentear com muitos amigos que vieram até mim através dos artigos publicados semanalmente em jornal (Diário da Tarde, Diário de Minas, Tribuna de Mariana, O Trem Itabirano, revista portuguesa “EISFLUÊNCIAS”, Observatório da Imprensa). Foi assim que conheci o saudoso escritor José Cândido Ferreira, o também saudoso jornalista João de Paulo Pires, o advogado e escritor João Silva Souza, o músico Ronaldo José Lauria e tantas outras pessoas, que me acompanham e marcam presença nos lançamentos de meus livros.
       Hoje resido em Santo Antônio do Monte, cidade em que vivi minha infância e juventude, onde mora o meu pai José Carlos Gontijo, que fará 95 anos no dia 19 de julho próximo. Cantei SAMonte em artigos e livros e, agora em junho deste 2019, o município, através da Secretaria de Cultura e Turismo, enfocará minha obra “poético-literária” (22 livros) em seu Festival de Literatura, ao qual doei emocionado e grato 320 exemplares de livros de minha autoria, para uma biblioteca itinerária que os distribuíra a estudantes e cidadãos, no transcorrer da realização do evento.
       No romance “Lógica das borboletas” escrevemos, ASSIM COMO AS BORBOLETAS, SOMOS PAISAGEM EM MOVIMENTO: NÃO ESTAMOS NO MUNDO PARA MARCAR TEMPO DE VIDA, MAS HORAS DE VOO… E por falar nisso, hoje o ora-pro-nóbis amanheceu florido. Sua flor dura apenas 24 horas, mas milagrosamente veem ao fugaz berço de vida abelhas e vários insetos e, dessa maneira, a linda flor consegue viver, em curtíssimo espaço de tempo, a eternidade de uma vida inteira. Então, diante de tão significativo exemplo, cabe-me celebrar com alegria, em honra à minha saudosa mãe Betty, todo o fulgor da existência terrestre que Deus me concedeu.
       Carlos Lúcio Gontijo
       Poeta, escritor e jornalista
      26 de junho de 2019.