Quando quero contar sobre mim, são livros o que conto!

                                                    Carlos Lúcio Gontijo

 

É na confraternização natalina entre familiares e amigos verdadeiros que Jesus Cristo se manifesta ressuscitado e disposto a repetir os milagres da multiplicação dos pães e a transformação da água em vinho.

A palavra escrita é sagrada como veículo de comunicação, pois foi o instrumento usado pelo Criador para se comunicar conosco, dando origem à Bíblia, que é o caminho e o norte religioso, social e moral da humanidade desejosa de criar condições de convivência fraterna, dentro dos valores e princípios cristãos ensinados por Jesus Cristo, filho de Deus.

Defendemos a tese de que, sem a comunicação gráfica, o mundo jamais teria avançado material e espiritualmente, uma vez que não experimentaria o refrigério eficiente para suas atribulações e instintos de violência, que se amenizam (e até se desfazem) diante da leitura de um poema verdadeiro, marcado por antíteses e imagens metafóricas, ou perante a trama amorosa e a mensagem filosófica de um romance bem escrito.

Deus poderia ter destinado a cada ser humano alguma fonte de riqueza definida e tangível – moedas de ouro, pedras preciosas ou qualquer outro bem material -, mas não, o Senhor do Universo optou pela caridade da palavra, que nos consola e ilumina nossa caminhada no planeta Terra.

Em várias ocasiões do transcorrer de nossa trajetória literária, tivemos que editar por conta própria, pois sempre encontramos dificuldades na busca de patrocínio, pela comprovada razão de serem poucos e raros os detentores de capital que se nos apresentam dispostos a despender recursos na impressão de livros (mas graças a Deus eles existem!). O procedimento natural é de injeção de dinheiro tão-somente em produtos alimentícios, agindo como se a doação de palavras de conscientização e esperança não fizesse parte da cesta básica da caridade voltada à igualdade e ao pleno desenvolvimento do ser humano.

Escrevemos imbuídos do desejo de contribuir para a construção de um mundo melhor, que não tem como surgir por intermédio do simples suprimento das necessidades tidas ou havidas como básicas à sobrevivência das pessoas, que são muito mais que ocupantes de espaço físico, existindo, portanto, uma quântica energia cósmica, que habita cada uma delas e que não se alimenta de prato de comida, roupas de grife, joias, conta bancária, notoriedade, prestígio ou fama.

A palavra escrita, ferramenta da poesia, da literatura, da informação e do conhecimento é muitas vezes menosprezada, mas se não fosse por ela o mundo seria um longo e ininteligível filme sem legenda. Dessa forma, ousamos apontar o exercício da arte da palavra como uma atividade revestida de poder de caridade e capaz de propiciar um destino mais digno à raça humana, levando-nos assim a conduzir nosso trabalho literário com humildade e disposição para direcioná-lo, preferencialmente e sem qualquer ganho nem lucro financeiro, a bibliotecas comunitárias, escolas de zona rural, escolas de periferia etc., locais em que os exemplares de obras literárias quase nunca chegam.

Em síntese, dentro do nosso idealismo, gostaríamos que as pessoas, em todos os momentos comemorativos – nos aniversários, nos natais e nas festas de fim de ano -, doassem palavras de amizade, perdão, estímulo e consolo umas às outras, presenteando seus amigos e conhecidos com livros e dedicatórias feitas de próprio punho, sob a crença de que a leitura revigora a mente e agrada aos desígnios do Criador, que tem no verbo bíblico o seu mecanismo de transformação do gênero humano.

Então, em nome da sensibilização dos seres humanos, da paz e da prática do efetivo amor ao próximo nos relacionamentos sociais, tomamos a liberdade de conclamar, em alto e bom som: Poetas, escritores, mãos à obra, cumpram com sua missão solidária de escrever e lançar livros a mancheias, multiplicando o milagre da sublime doação de palavras!

 

Carlos Lúcio Gontijo

Poeta, escritor e jornalista.

www.carlosluciogontijo.jor.br