Quando quero contar sobre mim, são livros o que conto!

  

                                                                               Carlos Lúcio Gontijo         

             O mesmo homem público que, em nome da população, envidou esforços para a compra do casarão Magalhães Pinto, das instalações da Nestlé e da Pedreira, além de conseguir o comodato do prédio da Estação Ferroviária, adquiriu a antiga casa em que residiu o venerado Monsenhor Otaviano, popularmente conhecido como “Padrinho Vigário”, entregando-a ao sentimento religioso e ao crescimento cultural de nossa gente que, como qualquer outro aglomerado humano, costuma mental e psicologicamente ganhar o tamanho e a dimensão com que alimentamos a sua memória histórica.

            Se por um lado, a atual administração contempla os cidadãos com licoroso banho de sensibilidade e aposta na preservação de nossas raízes históricas como fator de transformação cultural e educacional, gerando uma sociedade mais consciente, à medida que toma consciência de sua trajetória ao longo dos anos, vem-nos uma minoria dentre os opositores (oposição combativa e construtiva é necessária e fundamental ao processo democrático) espargindo cizânia e confrontos, que ora beiram a ignorância, ora se aproximam do mais puro prazer em destruir.

          Pois é, esse mesmo homem público (Dr. Wilmar de Oliveira Filho), que leva o nome do pai, que tão elevados serviços prestou aos santo-antonienses, se vê sob a artilharia de exacerbado vale-tudo político, que esconde tão bem escondidas as maldades que perpetra, que sequer se nos apresenta quando se sente vitorioso. Ainda mais quando, para ferir parte atinge o todo, prejudicando indiscriminadamente a todos com a sua sanha de vingança, ao feitio de bala perdida – isto se em democracia a derrota puder dar vazão a tal desatino! Pelo que nos é dado saber, o resultado das urnas é soberano e aos vencidos fica aberto o horizonte das próximas eleições, quando terão a oportunidade de lutar pela retomada do poder.

          Constatamos diariamente, na internet, a inserção de pedidos de eventos de entretenimento em praça pública e tomo como ato surpreendente a existência de grupo que trabalha contra o término dessa ansiedade, que muitas vezes custa a vida de jovens santo-antonienses em acidentes nas estradas em que buscam ir ao encontro de diversão e lazer. Se os autores da denúncia que levou o Corpo de Bombeiros a proibir o segundo dia da “micareta” promovida pela Administração Municipal 2013/2016, que só não foi interrompida logo no primeiro dia (21/02/2014) porque a autoridade policial se guiou pelo bom senso, diante do sucesso do evento que atraiu milhares de pessoas à Avenida Tancredo Neves, estão dominados pela mais absoluta certeza de seu ato em prol do bem-estar da sociedade, que se nos apresentem de cara limpa, que tirem proveito da grande jogada política e divulguem o seu feito nos meios de comunicação.

         Retomando o assunto da aquisição da compra da “Casa do Padrinho Vigário”, sacerdote que construiu um caminho em que o chão abraça seus preciosos passos, fica o nosso desejo de que a sabedoria ilumine os habitantes de nossa cidade, fazendo-os escolher, ainda mais explicitamente, entre o amor e o respeito e o desamor e o desrespeito. Contudo, independentemente de opção, o certo mesmo é que a iniquidade, a perversidade e o descompromisso social não fazem história, não viram retrato na parede, pois sequer têm face… E se vitória alcançam em algum momento no presente, não podem mostrar o rosto; regozijam-se sozinhos, embebidos no próprio veneno, esquecidos de que o verdadeiro partido é o bem de nossa cidade.

     Carlos Lúcio Gontijo

     Poeta, escritor e jornalista

    www.carlosluciogontijo.jor.br

   22 de fevereiro de 2014.