Carlos Lúcio Gontijo
Sonho verdadeiro a gente sonha acordado, que é a melhor maneira de sonhar. Passei o Natal e a chegada do ano de 2014 na paz de minha casa, da maneira que aprendi com minha mãe Betty Rodrigues Gontijo. Aproveitei o aconchego das paredes que me abrigam para dar início ao livro “Tempo impresso”, que será o meu 18º livro, pois nada cai do céu e Deus já nos deu todas as ferramentas de que necessitamos para materializar os nossos desejos. Habita-me a certeza de que sem trabalho nada acontece.
Junto com a Administração Municipal 2013/2016 e os meus companheiros de Secretaria de Cultura da cidade de Santo Antônio do Monte, contando com o empréstimo profissional do talentoso comunicador visual Nivaldo Marques Martins, que não nos cobrou um tostão sequer, lançamos um calendário cultural em homenagem aos clubes de futebol mais tradicionais do município e que foram, nos anos de 1960 e 1970, uma das principais fontes de entretenimento e lazer dos santo-antonienses. O projeto alcançou relativo sucesso, apesar de toda a sua pequenez, uma vez que sua importância reside precisamente no valor histórico do tema, que faz parte da memória coletiva da cidade.
De uma coisa tenho a mais absoluta certeza: a pessoa pode até fingir gosto cultural, mas na devida hora a cultura termina nas mãos de quem é de cultura. Depois de tanta produção no mundo das letras ainda me dou à emoção de me entregar à grandeza de coisas aparentemente pequenas, como receber e assistir a cidadãos da camada mais simples de minha cidade subindo, contentes e agradecidos, as escadarias do velho prédio da Estação Ferroviária, onde funciona a Secretaria de Cultura – a maioria deles meus companheiros dos tempos em que jogava futebol no Flamengo, sob a alcunha de Lúcio “Furquia”. Lamento apenas não termos podido colocar mais fotos, pois afinal trata-se de um calendário e não dispúnhamos, portanto, de grande espaço.
Natal e fim de ano me premiaram com a inspiração de dar início a novo trabalho e considero um privilégio continuar, em idade sexagenária, bafejado pela sorte de ter sonhos em minha carreira literária e, mas que isso, arregimentar forças para implementá-los, ao passo que tantas pessoas muito mais jovens se dão ao esperar inócuo por algum trem, vindo sei lá de onde, carregado de especiarias prontas e adequadas às suas realizações, em conformidade com a lei do menor esforço que norteia o comportamento social dos dias de hoje.
Assim, no calendário criado pela Secretaria de Cultura de Santo Antônio do Monte, contarei os dias que me levarão a mais um lançamento literário: “Tempo impresso”. Claro que Deus me estenderá a providência de sua mão, mas compete-me a decisiva atitude de semear o florescimento do milagre com a minha aplicação, o meu trabalho, o meu idealismo, a minha abnegação e minha dedicação em cuidar e lutar pelo aprimoramento do dom com que fui premiado pelo Criador.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
2 DE JANEIRO DE 2014.
